19 de maio de 2021

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por: duda

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Categorias: Mercado

Barcarena: a cidade da Amazônia que virou polo industrial de alumínio

“Rainha do abacaxi; e do alumínio, é a capital”. É assim que a cidade de Barcarena, no nordeste do Estado do Pará, é definida na música de Waldo Possa, cantor e compositor da região. Com cerca de 130 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município está cercado por belezas naturais: áreas de floresta, rios, ilhas e praias, como a famosa Caripi.

A sua história teve início com os índios Aruans. Eles foram catequizados por padres jesuítas, que fundaram a fazenda Gebirié, por volta de 1700. O local virou freguesia de São Francisco Xavier de Barcarena – em homenagem a uma povoação denominada Barcarena, em Portugal – e, em seguida, distrito de Belém, devido à proximidade com a capital do Estado, até ser emancipada a município em 1943.

“Por essas terras transitaram pessoas das mais diferentes origens e naturalidades. Primeiro, índios e negros africanos, como escravos ou resistindo a esta forma de trabalho. E, partir do final do século XVII, portugueses, italianos, japoneses e outros estrangeiros, cada qual produzindo suas influências culturais na cidade”, conta Luiz Antônio Valente Guimarães, professor doutor em história pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

No último século, o município passou por grandes transformações. Devido a sua localização estratégica, Barcarena viabilizou a implantação de um porto de exportação com grande capacidade de escoamento — o Porto de Vila do Conde, o maior do Pará. Atraiu, ainda, investimentos públicos e privados para instalação de indústrias de beneficiamento de minérios, como a bauxita, que dá origem ao alumínio.

Com isso, migraram para o local milhares de pessoas de diferentes regiões do Brasil para atuar nesses projetos, o que triplicou o número de habitantes. No entanto, a economia da cidade ainda tem base tradicional na agricultura, cujo carro-chefe é o abacaxi, e inclui a produção de açaí, além de culturas temporárias, como a da mandioca e das hortaliças. Cerca de 60% da população vive na zona rural.

Importante polo industrial de alumínio
Os governos brasileiro e japonês fecharam um acordo em 1978, com a participação da então Vale do Rio Doce (CVRD), para estabelecer a Alunorte em Barcarena. Hoje, a unidade é a maior refinaria de alumínio do mundo fora da China. A planta industrial só viria a ser inaugurada em 1995, devido à crise no mercado.

Em 1985, teve início também a operação da produtora de alumínio primário Albras, a partir de um consórcio entre a Nippon Amazon Aluminium Co (NAAC) e CVRD, com previsão para construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA). Em 2011, a Hydro, multinacional de origem norueguesa, comprou ambos os negócios de alumínio.

Albras, maior refinaria de alumínio do mundo fora da China

A chegada das indústrias estimulou a expansão da Vila dos Cabanos. O bairro oferece moradia e dispõe de comércio e serviços essenciais, como saúde e educação, para os profissionais que trabalham no setor e seus familiares.

Um dos primeiros a chegar à Albras foi Ronaldo Larry, técnico de processo na área de redução do metal. Recém-casado e com um filho pequeno, ele encarou o desafio das novidades que a cadeia do alumínio trazia ao município.

“Não posso negar que as dificuldades foram grandes, mas a vontade de crescer profissionalmente foi muito maior e permitiu a superação dos desafios com mais tranquilidade. Foi isso que fez eu estar até hoje na Albras”, afirma.

O técnico comenta que não havia a infraestrutura necessária na cidade, mas presenciou o desenvolvimento nos últimos 35 anos.

“O meu sentimento é de dever cumprido. Sou muito satisfeito por ter acompanhado as mudanças de Barcarena e construído minha família neste lugar”, completa Larry.

Atualmente, as empresas possuem, juntas, 3.500 funcionários próprios. Os paraenses representam mais de 80% do total de empregados. Os seus produtos trazem resultados positivos para a balança comercial e o Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Pará.

Em 2019, a Albras contribuiu com R$ 8,8 milhões aos cofres públicos estaduais e R$ 6,9 milhões aos municipais em recolhimento de impostos. Já a Alunorte destinou, respectivamente, R$ 1,5 milhão e R$ 25,2 milhões.

(…continua)

Para ler esta publicação na íntegra, visite: https://revistaaluminio.com.br/barcarena-a-cidade-da-amazonia-que-virou-polo-industrial-de-aluminio/

Via: Revista Alumínio